Trilha a Beira Mar e Beirando a Lagoa dos Patos - Total 955 KMs
Após um ligeiro atraso na largada (marcada para 19:00 horas de sexta-feira), muito bem justificado pelo Luciano que vinha de uma massagem, partimos do Posto do Abacaxi às 19:20 horas rumo a Mostardas onde faríamos o pernoite e com uma escala em Capivari para saborear um belo bifão. Por mais trilhas que se faça sempre estamos aprendendo coisas novas, a agilidade e habilidade também devem estar presente na mesa da janta, foi o caso do Rogério e do André que não foram tão rápidos quanto os outros e tiveram seus pratos devorados antes mesmo de se darem conta de que estes já haviam sido servidos. Após a janta, só “para baixar a comida” (antes de dormir), resolvemos entrar por Bacoparí e seguir até Mostardas pela beira do mar e dunas, foi muito divertido. Para isso, tivemos que encontrar uma oficina mecânica que tivesse diesel (“bem baratinho”) para abastecer o Troller do Lameiro Clódio. Chegamos na Pousada Pouso Alegre lá pelas duas da madruga. Quarto vip, com banheira de hidromassagem para os mais exigentes e requintados (Paulo e Eliete, Rogério e Gisa) e quartinhos bem aconchegantes e confortáveis para o “resto” da turma. Parabéns ao pessoal da Pousada. Pela manhã, bem cedinho, partimos pela beira do mar até São José do Norte. Entramos nos molhes e fomos até a ponta, que fica em alto mar, depois da rebentação. Total de 4,9 Km de pedras. Só isso já seria emocionante, mas, além disso, ainda fomos premiados com a presença de diversos leões marinhos sobre as pedras e também no mar, onde estavam os golfinhos brincando na água como crianças. Também contemplamos a passagem de navios cargueiros carregados de contêineres no canal de Rio Grande.
Na cidade de São José do Norte, mais fotos, abastecimento, e largada para o beco das capivaras. Almoço, com churrasquinho “de gato” numa sombra. Dali partimos para a trilha propriamente dita, algumas dunas, um pouco de barro (pouco devido a seca), várias dificuldades para transpor cercas elétricas das fazendas que invadiam a Lagoa dos Patos, mas tudo bem, até que começaram os quebra-quebra. Primeiro foi o Klauck a ficar sem guincho, depois o Rogério que ficou sem tração, mais adiante o Jerri quase tombou ao tentar costear uma cerca que tinha juncos ao lado (os juncos escondiam um buraco fundo que na escuridão da noite não aparecia). Mais adiante ao rebocar o Rogério em outra passagem de cerca por dentro d’água o Troller branco mergulhou em uma vala funda que deixou os dois atolados dentro d’água. Clódio, que tentou rebocar os dois com seu possante, sem saber que também estava sem tração, acabou sendo mais um no trenzinho dentro da lagoa. Foi um “correrio bonito”. O Paulo reuniu todas as forças parecendo um guri no “para cima e para baixo” puxando guinchos e cintas e até mergulhando para engatar o guincho no Troller do Jerri. Os zequinhas André e Schütz, sempre prestativos fizeram o que podiam enquanto o Luciano e o Klauck, lá de fora da lagoa, tentavam puxar os náufragos. Tudo isso acontecendo sem resultados efetivos, enquanto o Jerri via rádio pedia qualquer tipo de ajuda pois a água já passava por cima dos bancos e console. Foi um sufoco violento, eram cintas arrebentando, e nada de mexer, guinchos quebrando, e nada de mexer. O Clódio, o Jerri e o Rogério estavam ligados por cintas esticadas e os três atolados. Quando enfim o Troller do Jerri, que estava em situação mais crítica devido à fundura do buraco, mexeu, foi uma festa e uma gritaria geral. Depois deu para tirar o Rogério e o Clódio com mais facilidade.
Terminado o sufoco maior, estávamos com três Trollers sem tração, um sem guincho e ainda fomos descobrir que o Paulo havia quebrado a caixa da sua viatura. Saímos das margens da Lagoa dos Patos na cidade de Bojuru e seguimos pela Estrada do Inferno até Mostardas.
Chegamos na pousada as cinco da matina, todos imundos e fedidos. Corremos para o chuveiro e descobrimos que a aventura ainda não havia acabado. Não havia água! O Paulo “diz” que tomou banho com água mineral, alguns assumiram que foram dormir sujos e os que esperaram vir a água tomaram banho ao amanhecer. O Jerri e a Pépi tiveram que apelar aos companheiros por roupas limpas, pois suas roupas haviam naufragado junto com o Troller e estavam molhadas e embarradas.
Por fim, coube aos quebrados agüentar a corneta dos que deram carona na volta e aguardar para que possam retribuir com a mesma presteza e corneta quando estes precisarem.
Não podemos deixar de elogiar a companhia agradável e comportada da gurizada, Greg, Thully e Matheus, futuros jipeiros provavelmente melhores do que os pais, devido a bagagem que já estão adquirindo desde pequenos.
Para fechar com chave de ouro os Paralamas ofereceram, na chegada em Novo Hamburgo, um saboroso churrasco muito bem assado pelos prestativos lameiros Klauck e Luciano.
Texto: Jerri
Cidade: Mostardas
Por: Luis Klauck em 20/3/2006