Belém-Salinópolis-Praia do Atalaia- São Luis-Lençóis Maranhenses-Barreirinhas-Taurilândia-Cujupe-Paulino Neves-Tutóia Praia do Amor-Delta do Parnaíba-Luis Correia-Praia do Coqueiro-Marimar-Macapá-Cajueiro da Praia-Camucim-Lagoa da Tatajuba-Duna Funil-Jeri
PARTE I
Dia 14/08
Um Micro-onibus nos pegou em casa, iniciando pelos Scozziero desde as 04h45min nos largando no Salgado Filho que, para um bom começo estava fechado mas só para pouso.
Em um vôo tranqüilo seguimos até Belém com conexão em Brasília.
Chegando em Belém fomos diretos ver nossos "brinquedinhos" que aguardavam ainda sobre a cegonha, com exceção ao Troller do Guilherme que já estava na concessionária troller com o vidro quebrado na viagem já substituído por um novo.
Todos desembarcados, pneus trocados, bagageiro colocado seguimos para o Hotel Beira Rio que como o nome diz fica as margens do Rio Guamá, depois de passar por uma região muito pobre (periferia)da cidade tivemos uma grata surpresa, pois o hotel era bastante bom. Um almoço de primeira, regado a excelente peixe ao qual dão o nome de Filhote, quando perguntamos o porquê do nome tivemos como explicação se tratar de realmente um filhote, pois aquele peixe só é considerado adulto após os 80 Kg. Este almoço teve seu termino as 17h00min, mal deu para um banho e pegar a Van para um belo city tour por Belém.
Visitamos os principais pontos turísticos da cidade. Na opinião geral os destaques foram para as Docas transformadas em um grande centro gastronômico e de lazer. Foi opinião geral de que Belém é uma cidade muito pobre e suja.
Dia 15/08
Pela manhã uma parte do grupo resolveu conhecer o Mercado do Ver-o-Peso. Mercado popular de Belém onde se ofertam de tudo um pouco: roupas, frutas, verduras, artesanato, farinhas de todos os tipos, camarão...
Logo adiante o Solar da Beira e o Mercado de Ferro aonde vimos os mais diversos tipos de peixe com destaque para a habilidade com que eram transformados em postas e em filés.
Chamou atenção a quantidade de urubus onde atracam os barcos e na área ao seu redor.
Às 11h00min horas nos deslocamos em direção a Salinópolis com a intenção de pernoitarmos na Praia do Atalaia.
Chegamos por volta das 14h00min horas e após outro almoço muito bem servido alguns foram para o hotel (Atalaia Inn) e outros foram procurar pelas dunas, com direito a champanhe pela atolada do Adelar.
Atalaia é aquela praia em que volta e meia circula um e mail de alguém que não retirou o carro da beira da praia antes da maré subir.
Os quiosques são feitos sobre palafitas e em baixo alguns estendem redes após o almoço.
A sesta após o meio dia é hábito.
A confraternização no quiosque do hotel à beira mar, no final da tarde, estendeu noite adentro com uma roda de chimarrão, conversa fiada e no final a champagne paga pelo Adelar.
Dia 16/08
Saída às -07h50min com destino a São Luiz.
Paisagens típicas durante estes deslocamentos: pouquíssimas áreas plantadas (seja lá do que for), pouco gado e o que aparece é magro, muitos urubus (rsrsrsrs), muitas tendas com propaganda da Oderich e cabras comendo lixo. Arroz e camarão são colocados para secar no pouco acostamento que existe. Muitas casas de pau a pique com palha como telhado.
Nos pequenos povoados que se formam ao longo da rodovia tendas diversas sendo que as carnes são oferecidas expostas ao sol.
As estradas no Pará são boas, em compensação a partir da divisa com o Maranhão até Taurilândia tem buraco a cada 100 metros, com direito a escolher em qual cair.
14h00min horas - Chegada na balsa em Cujupe com partida às 14h30min
16h00min Chegada a São Luis com rápida procura de hotel e após passeio pela praia. À noite, janta na Cabana do Sol onde comemos uma deliciosa Carne de Sol feita com Filé e com Picanha acompanhada de varias iguarias da região com destaque para as caipirinhas de Lima da Pérsia e de Bacuri. Até agora, tudo conforme o folder, até o ar condicionado do Rogério e o marcador de combustível do Clódio que não funcionam desde Belém. Bem vindos ao mundo TROLLER.
Estamos hospedados no Litorânea Praia Hotel, na beira mar, com uma vista maravilhosa, muitos quiosques e badalação no calçadão onde pode-se contemplar no horizonte o trafego de navios que vão carregar nossas riquezas na poderosa Vale.
Dia 17/08 – São Luiz
O dia iniciou para alguns com uma visita a Revenda Troller para consertar o ar condicionado e o marcador de combustível. Nesta revenda fomos muito bem atendidos com os serviços realizados em garantia.
Durante a espera fomos apresentados a um TROLEIRO que é Gerente de Vendas da revenda Troller e Fiat, o Junior, que cansado de tentar explicar o percurso resolveu largar as revendas e nos acompanhar aos Lençóis Maranhenses. Temos muito que agradecer a este maluco, tenha certeza que O Rio Grande do Sul estará sempre de portas abertas para ele e sua esposa (Conceição) que nos conduziram com grande alegria e segurança.
O restante do grupo partiu para um city tour por São Luiz e compras de mantimentos para o acampamento nos Lençóis. Surgiu a idéia de se comprar brinquedos para distribuição as crianças da região.
Estávamos com os carros prontos e carregados para o dia seguinte.
Dia 18/08
Saímos cedo (06h15min) do Hotel Litorânea ao encontro do Junior e Conceição nos arredores da cidade. Para nossa surpresa e alegria da Gisa o Troller do Junior é Rosa Pink com o nome de Charmosinha , imediatamente demos-lhe o nº 24.
Rumo a Santo Amaro, cruzamos a ponte que liga São Luiz ao continente no estreito de Mosquitos. A primeira surpresa foi na reta de 18 KM no campo de Perises, avistamos um comboio de 500 vagões de trem impulsionados por três locomotivas diesel transportando minério de ferro para exportação pela Vale.
No percurso fizemos a apresentação de todos os integrantes da Expedição ao casal 24, algumas paradas para compras de carne, esta penduradas sem qualquer proteção ou refrigeração no vilarejo de Rosário. Varias outras paradas para fotos como a da ponte do rio Itapecuru.
No km 88 saímos da estrada e passamos a trafegar por trilha enfrentado água, barro, bolo fofo, areia e travessias de riachos até chegarmos a Santo Amaro onde abastecemos os carros em um posto com bombas de mais de trinta anos.
Agora estávamos definitivamente nos Lençóis Maranhenses. Um conjunto de dunas brancas e lagos hora azuis, hora verdes de extrema beleza e perigo, pois rodar pelas gigantescas dunas sem ter visão dos facões(parte íngreme da duna) que mudam constantemente pela ação dos ventos. Ai valeu a experiência do Junior que nos levou com tranqüilidade e segurança até a Queimada dos Britos onde montamos acampamento na casa de uns nativos amigos do Junior. A recepção ficou a cargo do Seu Zé e de D. Ivanira que nos receberam com uma deliciosa Galinhada e seus acompanhamentos.
Após o almoço, um delicioso banho de lago. A noite, ao redor da fogueira jantamos camarões da Malásia na grelha preparados pelo Guilherme e a caldeirada da D. Ivanira com a presença de um trio que chegara à noitinha vindo numa expedição à pé pelos leçóis (um mineiro, uma jornalista de uma TV francesa e um italiano). Até ali nós nos achávamos malucos.. Após um brinde com Espumantes, cansados fomos dormir às 20h30min nas barracas montadas atrás da casa.
Noite agitada: roncos, colchões infláveis descalibrados, mosquitos, areia na barraca e um desgraçado de um galo, maluco, que cantou a noite toda perturbando o sono alheio. Resultado: mais ou menos às 05h00min horas começamos a levantar acampamento.
Dia 19/08
Mais Lençóis, para nossa alegria.
No trajeto fizemos a distribuição dos brinquedos para crianças da região o que nos comoveu bastante. Visitamos uma escola típica onde conversamos com a professora e uma criança com um pé queimado por brasa de uma fogueira com grande risco de infecção. O Guilherme deixou com ela alguns medicamentos e a recomendação de procurar algum atendimento coisa difícil para estas pessoas devido às dificuldades de acesso e até mesmo a ignorância causada pela cultura popular.
Visitamos também a D.Joana, comerciante local, que nos relatou a preocupação com a preservação do local e comentou não ser culpa dos jipeiros, a poluição das praias locais mas sim dos navios que despejam lixo no mar e de pescadores profissionais que com redes de arrastão acabam com os peixes.
Almoçamos um delicioso camarão no “quiosque” da D. Luzia, um lugar bem ajeitado e com algum movimento de turistas trazidos por toioteiros. A curiosidade ficou por conta da cozinha com o fogão de barro com bocas do tamanho exato das panelas e do poço no interior dela.
Seguimos por trilhas passando por Mandacaru, com visita ao Farol do mesmo nome, continuamos com a distribuição de brinquedos para a alegria da criançada e nossa também. No caminho tivemos a estrada obstruída por um jegue aparentemente morto ou quase. O Jerri e o Junior arrastaram o animal para fora do caminho. Tivemos que voltar por ali e para nossa surpresa o jegue estava em pé muito bem de saúde. Seguimos nossa trilha até o Troller do Jerri ter sua ventoinha quebrada nas proximidades do povoado do Cedro. O quebrado foi rebocado pelo Adelar, pois a ventoinha ao quebrar e furou radiador.
Chegamos, assim, a Barrerinhas onde nos despedimos dos nossos Grandes Puxadores, Conceição e Junior que tiveram que retornar a São Luis, a quem deixamos nossos sinceros agradecimentos.
Em Barreirinhas providenciamos o conserto do Troller do Jerri na oficina do Rei do Radiador. Enquanto o Jerri e seu escudeiro Paulo acompanhavam os trabalhos o resto do grupo saiu à procura de hotel decidindo por ficar no Solares Resort, um grande e bem montado hotel mas com serviços precários causando problemas a alguns. Atrás do hotel passa o Rio Preguiça um rio geologicamente antigo com muitas curvas.
Dia 20/08
Café da manhã no hotel, deslocamentos para abastecimento e alguns (Jerri, Pépi, Guilherme, Débora e Ligia) partiram para um vôo em um mono-motor sobre o Rio Preguiça, Farol de Mandacaru, Atins, Caburé, Pequenos Lençóis, Lençóis e arredores. Para aumentar a adrenalina o piloto (meio maluco) entregou o comando para o Guilherme o que apavorou o grupo. Apesar de tudo pousaram sem problemas. Na cabeceira da pista Adelar, que foi recepcionar o grupo de voadores, notou um garoto com fogos de artifício. Ao perguntar ao menino o porquê dos fogos recebeu como respostas que seriam utilizados para afugentar urubus que podem causar acidentes com o choque nas aeronaves.
Com o retorno dos “aviadores” pegamos a estrada rumo a Parnaíba, segunda maior cidade do Piauí. Neste trecho notamos a grande diferença de qualidade entre as estradas do Maranhão (horríveis) e do Piauí (Um tapete).
Depois do vôo, partimos por trilha de terra, passamos por vários povoados bem nativos com casas construídas com barro e taquara e muitas paisagens com águas profundas, onde tivemos que passar à pé para ver a profundidade, pois não queríamos mais correr o risco de quebrar outra hélice já que o calor era muito forte e o choque térmico seria fatal.
Depois disso deixamos a trilha marcada no GPS e seguimos por dunas, caminho muito legal e pesado com campos e pastagens com gado e uma estradinha tipo tobogã onde deu para fazer um mini rally. Chegamos a Paulino Neves, almoçamos no Restaurante do Ivaldo com os urubus nos urubuzando na cerca, mas o almoço foi show. Comemos carne de sol, galinha gabidela, peixe em postas, camarão, baião de dois, torta de peixe, salada e feijão (tudo com muita fartura e sabor).
Depois do almoço cruzamos uma extensa ponte de madeira seguindo um jumento que carregava dois cassuás (ou garajões, nome dado aos balaios de carga que vão no lombo do animal).
Seguindo por estrada de piçarra (chão batido) cheia de costeletas até Tutóia, cidadezinha pitoresca nas melhores características do Maranhão. Costeamos a praia para chegar a Ponta do Arpoador e Praia do Amor, porém tivemos que voltar logo fugindo da maré alta que já deixava os canais bem mas fundos que na ida. Num certo ponto tivemos que abandonar a praia que já estava com as ondas batendo nos barrancos. A maré subiu muito rápido e tivemos que seguir pelas dunas.
Tínhamos dois caminhos para contornar a área protegida do Delta do Parnaíba. Uma por estrada de asfalto e outra por uma estrada que o GPS mostrava como “trilha 4x4”. Sendo esta uma expedição off-road, optamos pela “trilha 4x4”. Foram 54 Km de estrada muito ruim. Chegamos a Parnaíba, maior cidade daquela região, muito bonita, limpa e bem estruturada.
Dia 21/08
Pernoitamos no Hotel cívico, de onde saímos às 9:00 horas, abastecemos, calibramos os pneus e saímos em direção à Jericoacoara, via Luis Correia, Coqueiros e Camucim.
Em Luis Correia conhecemos a praia do Atalaia, a mais badalada do Piauí. Na Praia do Coqueiro tivemos que desviar devido a preservação do peixe boi. Passamos por Marimar, Macapá, Cajueiro da Praia, que é divisa do Piauí. Seguimos pela PI-116, onde tivemos que tomar muito cuidado com os jegues e cabritos soltos pela pista.
Às 10:55 horas, cruzamos a divisa do Piauí com o Ceará.
Ao acessar a CE-085 as estradas começaram a ser terríveis, da mesma forma que eram no Maranhão.
Em Camucim cruzamos a balsa para Tatajuba onde comemos camarão e lagosta com água de coco e caipiroska sentados em um quiosque dentro d’água na Lagoa da Tatajuba (também conhecida como Lagoa Torta).
Conhecemos a duna Funil, a mais alta da região.
Continuando pela beira do mar encontramos mais um balsa, esta movida por tração humana. Estávamos chegando à Jericoacoara. Na pousada, todos foram para a piscina confraternizar com pina colada e brincadeiras na água.
À noite passeamos pelo centro de Jeri, onde se constata a invasão de gringos (turistas europeus) em uma vida noturna intensa.
O jantar foi na beira da praia, no Mosquito Blue, com música ao vivo da melhor qualidade.