DIÁRIO DE BORDO-LAMEIROS DO SUL NA AMAZÔNIA

 
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2009 Expedição VII - Transamazonica by Lameiros do Sul

DIÁRIO DE BORDO...
Dia 01 - 14/Fev/2009 - Sábado - Dia da largada em Novo Hamburgo-RS – até São Miguel do Oeste – 553 Km
Conforme já havia sido anunciado, o encontro para a despedida havia sido transferido e o mesmo ocorreu na Av. 7 de Setembro (defronte ao Rest. Garfão). A maior parte do grupo já aproveitou e acabou almoçando no próprio local. A movimentação dos oito Trollers carregados e equipados, todos colocados lado a lado nos espaços reservados pelo Jerri, formaram um show a parte. Confira nas fotos. Conforme previsto, a largada ocorreu pontualmente as 15:00. A idéia inicial era para o deslocamento de hoje ser até a cidade de Frederico Westphalen. Após 2:15 minutos de viagem fizemos a primeira parada em Soledade no Restaurante Italian’s. O Luciano Strelow e seu co-piloto Anderson foram os primeiros a usarem os serviços do nosso mecânico Rafael que em poucos minutos fez o Som e o Refrigerador do Troller Amarelo voltarem a funcionar normalmente. Seguimos por mais duas horas e as 19:25 horas paramos para abastecer no Auto Posto Serrano na rodovia BR-386 KM 35 já em Frederico Westphalen-RS. Verificamos que havia uma diferença considerável no consumo de um Troller para outro, variando entre 52 a 69 litros de Diesel.

Como a democracia funciona muito bem nesse grupo, a maioria optou para rodarmos um pouco mais e aproveitarmos bem o dia. Assim, acabamos seguindo até São Miguel do Oeste - SC onde chegamos por volta das 22:00 horas. Ao entrarmos na cidade, ainda dentro do Troller, o nosso amigo Luciano fez uso do seu “Notebook” e do modem da Claro e logo foi anunciando que havia localizado um hotel com boas recomendações e imediatamente obteve o telefone e endereço e acabamos defronte ao Hotel Solares. Muito bom atendimento e quartos com Internet Wireless free (muito importante). Acabamos de abastecer novamente, agora no “Postos do Lírio” bem defronte ao hotel. Como o combinado é para começarmos a rodar meio hora após o início do café da manhã, significa que a largada será as 07:00 horas. Como rodar nas rodovias brasileiras em Sábado e Domingo facilita bastante o rendimento, estamos otimistas em relação ao trecho de amanhã (Domingo, dia 15/Fev). A quilometragem inicial para o domingo era de 1.032 Km até a cidade de Campo Grande (capital sul-mato-grossense), mas como já percorremos uma boa parte desse trajeto, tudo indica que chegaremos bem mais cedo na capital sul-mato-grossense e/ou o nosso caminho se estenderá estrada afora sentido norte brasileiro. Importante lembrar que além do término do horário verão, também já teremos entrado no fuso horário Oeste Brasileiro, ou seja, quando em Novo Hamburgo-RS for 12:00, será 11:00 horas enquanto estivermos no Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Amazonas. Em resumo, o primeiro dia foi perfeito e o segundo promete repetir a dose. Mais notícias e informações na próxima conexão.
Abraços, LK... e de todos os integrantes do grupo Lameiros do Sul na Amazônia.


Dia 02 - 15/Fev/2009 – Domingo – São Miguel do Oeste até Campo Grande – 903 Km (Total rodado até o momento 1.456 Km).
O combinado era para sairmos as 07:00 horas e acabamos saindo as 07:30 hrs. O grupo todo estava ansioso para voltar para a estrada. Andamos muito bem e acabamos fazendo a primeira parada em Realeza-PR no Stop Auto Posto Rod. PR-182 Km 75. Seguimos caminho e paramos para almoço e abastecimento no Sabiazinho em Terra Roxa-PR. Após um almoço de espeto corrido com abundância em carne de costela, escutamos a colocação do Mascote Matheus Klauck “...vocês estão me tirando que esse churrasco está bom? “. Continuamos rodando e perto de Campo Grande solicitamos a ajuda da agente de viagens Mirian (em pleno domingo) para buscar uma opção de Hotel. Após várias ligações e mensagens acabamos optando pelo Harbor Self Hotéis. A estrada mesmo com movimento, deixa o trânsito fluir por não haver “pardais” em abundância e a polícia rodoviária não estar em busca de coleta de multas. Chegamos ao destino as 18h30min horas (horário local).
A programação para amanhã é sairmos as 08:00 horas, fazermos um rápido City Tour e seguirmos até Cuiabá.
Abraços, LK... e de todos os integrantes do grupo Lameiros do Sul na Amazônia.

Dia 03 – 16/Fev/2009 – Segunda-feira – Campo Grande até Cuiabá – 844 Km (Total rodado até o momento 2.300 Km).
O dia começou bem, pois tivemos acesso a um rápido café da manhã. O Normélio Hoffmeister que é bem familiarizado com o MS e seu parceiro de viagem Rafael Engelmann acabaram nos oferecendo um pequeno City Tour. Após tumultuar a avenida principal Afonso Penna para uma foto no canteiro central, fomos visitar a revenda da Troller que acabou conhecendo o novo 2009 ao fazer um “test drive” e um pequeno conserto no vidro da porta direita do Troller do Clódio da Silva. Finalmente, um pouco antes das 11:00 horas acabamos saindo em direção a Cuiabá pela BR163. Paramos para abastecer logo na saída no posto Raffa na cidade Bandeirantes-MS. Nesse momento o Dr. Anderson aproveitou para verificar a pressão de alguns integrantes do grupo. A estrada estreita, esburacada, mal sinalizada e sem acostamento estava com um transito de caminhões intenso. As 13:00 hrs (hora local) chegamos a cidade de Coxim, famoso local de pesca, onde abastecemos novamente no posto Pantanal e almoçamos no Restaurante Araras (BR163 Km 727). Pouco antes da fronteira entre MS e MT começou uma chuva torrencial que nos acompanhou até o final do trajeto e que piorou muito a situação da estrada. No entanto foi também um convite para os bons Lameiros não resistirem a lama que se formava ao longo dos “corredores” de máquinas agrícolas entre a BR163 e as belíssima s plantações de soja. O Luis Klauck, Paulo-TNT e o Luciano Strelow foram os primeiros a embarrarem os seus Jeeps. Com isso o Luciano terá que pagar uma champanhe, uma vez que precisou dos serviços de guincho do Paulo-TNT e seu co-piloto Douglas. O mais bonito foi ver o “Zequinha” Anderson com seu moicano impecável de gel descer de pé descalço na lama, abaixo de chuva, sem ter a mínima idéia como se engatava uma roda livre. Auxiliado pelo Soldan e seu “Zequinha” Paulo Schneider prontamente desatolaram o “amarelão”.
Por indicação do Paulo-Marmorista fomos conhecer as Águas Quentes Novo Horizonte, trinta quilômetros ao norte de Rondonópolis. Apenas a sete quilômetros da BR163 com acesso asfaltado, o local simples, mas com três piscinas com águas naturais, limpas e com uma temperatura de 45 graus sem nenhum sistema de aquecimento... confira em www.TermasNovoHorizonte.com.br . O grupo não resistiu e todos caíram na água.
De volta a BR163 e já escuro, tudo ficava de mal a pior... chuva torrencial, transito infernal e buracos tomavam conta da rodovia até o transito parar de vez. Quilômetros de engarrafamento se formavam. Após algumas especulações descobrimos que se tratava de um acidente grava sem previsão da liberação do transito. Tudo isso quando faltavam somente 84 quilômetros para chegarmos em Cuiabá. GPS e mapas na mão rapidamente os Lameiros do Sul traçavam rota alternativa via Campo Verde e pela famosa Chapada dos Guimarães. Muitos trechos alagadiços, um pequeno desmoronamento e cento e cinco quilômetros a mais o grupo chegava as 23:00 horas em Cuiabá no Hotel Delcas. Confiram nas fotos ao lado com a maioria das imagens feitas pela dupla oficial de vídeo Jerri e Lucas dos Santos.
O dia de amanhã começará cedo, café as 06:00 e largada as 06:30 horas em direção a Guarantã do Norte. Distância prevista de 747 km pela BR163 e com informações de ser um asfalto ainda mais deplorável do que o visto até agora. Este será o último trecho de deslocamento antes do inicio do desafio da Transamazônica.
Sds Luciano, Klauck e de todos os integrantes do grupo Lameiros do Sul na Amazônia.


Dia 04 – 17/Fev/2009 - Terça-feira – De Cuiabá à Guarantã do Norte – 749 Kms (Total percorrido até o momento 3.049 Kms).
O dia prometia ser cansativo. Vários quilômetros a serem percorridos pela BR163, onde todos já conhecem e avisam sobre seus perigos e temores. Um pouco antes do almoço, presenciamos um Golf Prata se jogar para fora da estrada devido a fechada que levou de um caminhão, entre os milhares bi-trains que circulam neste trecho. O primeiro abastecimento ocorreu no posto Correa (BR 163 , Km 40.5) em Jangada-MT, pois foi necessário um reparo no ar condicionado no Troller do Jairo, depois que seu “Zequinha” Bitta conseguiu causar um curto ao tentar usar o “rabo quente” para esquentar água para o seu tradicional chimarrão. A meta para o almoço já havia sido agendada pelo Soldan junto ao amigo Jeepeiro Jaime. A recepção foi algo surpreendente... o Pedro Sérgio da Show do Esporte, a Karolini Kuhn da SóNotícias querendo colher dados sobre os Lameiros do Sul e a Expedição VII para o Amazonas. Fica aqui o agradecimento público ao Jaime da Copetral Tratores pelo seu empenho e atenção com o nosso grupo. Voltamos a rodar as 16:00 hrs, após o término do almoço no Rest. e abastecimento no posto Caiçara (Rod BR 163 Km 494). Aparte pior da estrada ainda estava por vir... é lamentável escutar quando autoridades e a mídia acusam os motoristas pelo número de acidentes...podermos afirmar que 90% das causas devem-se pela qualidade das estradas, sinalizações inexistentes ou cobertas por mato.
Quando o GPS acusava que faltavam 29 Km para chegarmos em Guarantã do Norte, nos defrontamos com o David com seu Jeep Willis super bem equipado para fazer a recepção junto a BR 163. Outra vez recebemos tratamento VIP e fomos conduzidos ao Hotel Flor da Mata e na seqüência ao Rest. Choppão. Esperamos poder algum dia retribuir em Novo Hamburgo toda essa atenção recebida.
É tarde e a projeção é levantarmos as 06:00 horas. Teremos um trecho de 330 Km até o novo destino Novo Progresso, porém a partir de agora será em chão batido na sua maior parte. Aqui termina o deslocamento e começa a parte que mais interessa ao grupo...a estrada com desafios Off Road, ou melhor dizendo...”On Road with big difficulties”.
Saudações... - Klauck e de todos os integrantes do grupo Lameiros do Sul na Amazônia.


Dia 05 - 18/Fev/2009 - Quarta-feira - De Guarantã do Norte à Novo Progresso - 328 Kms (Total percorrido até o momento 3377 Kms)
O grupo chega a Novo Progresso, onde a cidade esta a 2 dias sem internet e os modems 3G da turma também não funcionam. A comunicação e um breve relato do dia de ontem, foram passados por telefone. Estão todos bem e declarando que a viagem esta sendo fantástica. As chuvas estão intermitentes e as estradas mesmo muito ruins, ainda não fizeram com que a turma tivesse necessidade de ligar a tração dos jipes.
O próximo destino é Itaituba. Fica aqui a saudação de todos integrantes do grupo Lameiros do Sul na Amazônia.
Por: Guilherme Scozziero

Dia 06 – 19/Fev/2009 – Quinta-feira – De Novo Progresso à Itaituba – PA – Total de 401 kms (Total percorrido até agora 3778 Kms)
Obrigado ao nosso parceiro Guilherme que gentilmente transcreveu notícias dos Lameiros Amazoninos referente ao dia de ontem, pois em Novo Progresso a web estava fora do ar e nos sentimos isolados dos amigos, mas com alguns sinais de fumaça o Guilherme entendeu.
Como estamos no Pará, onde não existe diferença de fuso horário, partimos às 08:00 em direção a Itaituba (cidade do Ouro). A estrada continuava precária mas um pouco melhor que a de ontem. Logo apareceram as primeiros atoleiros e o Nei que fazia as vezes de piloto conseguiu atolar o Troller do Clódio mesmo estando de pneus pé de galinha (33) num local onde os demais Lameiros passaram sem tração 4x4. A pegação foi geral, SL e TNT gritavam pênalti...pênalti. Após rodar 100 Km, o grupo chegava a Moraes de Almeida, onde no Restaurante do Gaúcho, o conterrâneo de Guaporé nos atendeu cordialmente. Nos fartamos de mixto quente e seguimos viagem. O treco sem asfalto de Br-163 nos gerou uma expectativa que acabou não sendo correspondida, pois foi um estradão esburacado com muito poucos obstáculos e os Jipes só sofreram desgaste devido ao excesso de buracos. A chuva, tão esperada foi tímida, não concretizando aquelas imagens que estávamos esperando. Mesmo, no final do trecho, o Luís Klauck e o Soldan descobriram um “atalho” que além de encurtar esse trecho em 20 kilômetros, proporcionou muita emoção com belas paisagens. No caminho recebemos apoio do Danilo, prefeito de Trairão e fizemos a boa ação Lameira ao encontrar na escuridão um D-20, que transportava uma dúzia de alunos para a escola, sem diesel. Prontamente o Normélio e o Rafael cederam e abasteceram o “veiculo escolar”. Noite escura chegamos a Miribituba onde a balsa nos esperava pra a travessia do Rio Tapajós com 3.000 m de largura e as 21:00 chegamos ao Hotel Apiacas para mais uma merecida noite de descanso. Somente o Rafael é que não terá esse descanso, pois o troller do Soldan arriou a bomba da DH. Coitado de Rafael, ontem, mesmo de aniversário trabalhou até madrugada no jipe do Jerri trocando o batente da suspensão traseira esquerda e hoje repetirá a dose.
Amanhã iniciaremos nosso percurso pela Transamazônica – BR 230.
Um abraço a todos do Klauck e do Luciano e também de toda a Lameirada.

Dia 07 – 20/Fev/2009 – Sexta-feira- De Itaituba à Jacareacanga-PA – Total de 347 Kms (Total até agora 4125Kms)
O Soldan e o Rafael acordaram cedinho e foram em busca de uma Direção Hidráulica nova. Sem sucesso, tiveram que consertar a velha. A turma acordou mais tarde e fomos para o Posto BR Mimoso, onde fomos bem atendidos, fizemos uma faxina nos Trollers. Aí começou uma sessão de entrevistas sem fim. Rede TV, Record, Band e Rede TV novamente. Já passavam das 10 horas quando finalmente o Troller do Soldan ficou pronto. City Tour, fotos na beira do rio e partimos. A estrada estava monótona, aquém do esperado. Rodamos então pela BR-230, mais conhecida como Transamazônica, e todos estavam encantados com a proximidade da floresta, principalmente quando atravessamos uma parte do Parque Nacional da Amazônia. Mas perto do Km 180 começou uma chuvarada que animou a galera. Paramos para o almoço no 180, achei que o Dr Anderson e o Soldan fossem morrer comendo. Lá, nos fundos do “restaurante” havia uma mesa de sinuca com os operários do DNIT se divertindo e um “teco-teco” ao lado dessa mesa. Logo adiante outro avião sendo preparado para decolar com vários tonéis de diesel em direção aos garimpos da região. Mais adiante, por indicação do piloto, entramos no primeiro garimpo (central). Novidade geral, nos deparamos com homens de idade variada, uns completamente embriagados, trabalhando no meio da lama, devastando um morro a jato de água para essa lama ser peneirada em busca do ouro. De volta a estrada, percorremos mais 15 kms e entramos em direção a Fazenda Penedo, um garimpo antigo (28 anos) dentro do Rio Tapajós. Surpresos com uma cidade encravada na beira do rio vivendo exclusivamente da produção de duas balsas. Tem igreja, salão paroquial, salão de beleza, duas farmácias e vários mercados. Fomos finalmente apresentados ao rico metal. Já passavam das 22:oo horas quando o grupo chegou a Jacareacanga. Fomos visitar dois hotéis e optamos pelo Hotel São Cristóvão onde a Dna. Dê nos recebeu muito bem. Hotel simples mais bem cuidado.
Amanhã o grupo parte para Apuí. A primeira cidade já dentro do estado do Amazonas.
Abraços do Luciano e toda a Galera Amazonina.

Dia 08 – 21/Fev/2009 – Sábado – De Jacareacanga PA à Santo Antônio do Matupi – AM 501 Kms ( Total até agora 4626 Kms)
Bem dormidos, abastecemos novamente, Autoposto Real da BR de propriedade do Cleiton Gonzaga, uma nova limpezinha e partimos para Apuí. Após alguns kilômetros rodados e chegamos a fronteira com o estado do Amazonas. Aproveitamos para registrar o momento com muitas fotos e filmes e uma Freixenet não poderia faltar para brindar a entrada no Amazonas. O Soldan proferiu um emocionado discurso de agradecimento ao convite para participar dessa expedição.O Normélio, agora transformado em “Homem do Tempo” dessa vez não conseguiu acertar o horário da chuva, que acabou não chegando. Cedo chegamos a Apuí. Almoço na Churrascaria do Bigode, preparado especialmente para o Grupo. O Nei aproveitou a espera e cortou os cabelos e retirou a barba num salão de beleza local. Imaginem o estabelecimento. No final do almoço tivemos uma pequena diferença na vontade do grupo, pois uns queriam “se estabelecer” em Apuí e outros queriam rodar mais um pouco, pois ainda era cedo fará estar no Hotel. Não teve jeito, a coisa teve que ir a votação, que deu 4X4, não podia ser diferente com os Lameiros, senão 4X4. Empate, Supremo Líder “sugeriu ou ordenou???” que o grupo voltaria a estrada para rodar até Santo Antônio do Matupi. Balsas, o Clódio atolando novamente, pontes boas e deterioradas acompanhados de um pouco mais de barro, porém ainda em 4X2 os lameiros chegavam as 20:45. Hospedamos no confortável Hotel Tropical onde o Mineiro e sua Esposa nos atenderam muito bem. Jantar no próprio Hotel, pizzas, várias pizzas.
Amanhã sairemos cedinho para Humaitá, ultimo trecho da Transamazônica. Estamos há uma semana na estrada, rodamos muito, estamos longe de casa e a saudade está grande.
Um forte abraço a todos. Supremo (Luciano)

Dia 09 – 22/Fev/2009 – Domingo – De Santo Antônio do Matupi-AM à Humaitá-AM. Trecho de 289 Km (Total de estrada rodados até agora 4.915 Km).
O trecho que percorremos neste domingo apresentava certa apreensão, pois era do nosso conhecimento que haveria um pedágio indígena na estrada federal por estarmos cruzando uma reserva. No ponto de GPS que havíamos conseguido com um colega Jipeiro Castilhos não havia ninguém na pista e pensávamos que era algo já superado, quando o Paulo-TNT e seu filho Douglas que puxavam o comboio no momento anunciavam que estavam avistando uma cancela a frente. Sim, fomos todos obrigados a pagar R$ 20,00 por veículo antes que a menina indígena abrisse a cancela um a um, enquanto que a colega emitia recibos e entregava junto aos Jeeps. Recibo este que parece ser um bloco de comandar de restaurante, pois chega a constar no topo “MESA no. 31 e um carimbo mais abaixo dizendo “Pedágio da área indígena Tenharim e Diahui do Mun. De Humaitá e Manicoré...”. É óbvio que os rádios dos oito Trollers não paravam de questionar um ao outro quem autorizou esse pedágio, para quem vai esse dinheiro, que controle existe, quantas vezes precisamos pagar o mesmo imposto neste país? Falando nisto, para aqueles que forem fazer o trajeto que os Lameiros do Sul estão percorrendo, tragam algum dinheiro extra, pois balsas não é o que falta por aqui e a sua quase totalidade é cobrada, valores entre R$ 10,00 a 20,00 por veículo. Também entramos mata a dentro seguindo uma picada quando avistamos muita madeira à beira da estrada e acabamos achando árvores enormes cortadas e transformadas em vigas e tábuas ali mesmo...mais adiante na estrada verificamos que esta madeira estava sendo usada para reconstruir uma ponte. No percurso presenciamos fazendas e sítios à beira da Transamazônica neste trecho de domingo e povoados indígenas com carros, TV parabólicas, água encanada, boas casas, organização, etc...ou seja, os índios estão sendo muito bem cuidados. Outro momento de muita confraternização ocorreu quando confrontamos com os irmãos aventureiros do Jeep Club Amazonas de Manaus. Uma rápida troca de adesivos, camisetas e avaliação dos possantes e seguimos viagem novamente...Boa viagem ao David (presidente do clube) e aos amigos Juca, Herbert e todos os demais integrantes e familiares.
Opppaaa...são 06:00 horas no momento em que escrevo o texto e acabou de começar a chover. Não estranhem, pois é isto que passamos pedindo o dia inteiro e a quantidade que nos é enviava é muito pouca para podermos dizer que estamos enfrentando dificuldades com os nossos possantes. Existem alguns pequenos trechos onde é possível verificar que teríamos dificuldades para passar, mas para isto teríamos que estar lá no momento de muita chuva ou logo após a mesma. Dizem que a BR-319 promete isso...vamos ficar rezando para que a chuva pare somente na metade da tarde, pois hoje (segunda-feira) começaremos o trecho de 600 Km sem postos de combustível ( o extra já está nos galões) e o acampamento noturno será mais descontraído se pudermos montar as barracas no seco. Vale salientar também que nas próximas 48 horas não poderemos atualizar o nosso “Diário de Bordo”... faremos contato com os nossos internautas assim que chegarmos em Manaus.
A fim de registro, a Transamazônica (BR-230 sentido Leste-Oeste) inicia em Itaituba-PA no Km “zero” e termina na cidade de Lábrea-AM junto ao rio Puruís com aproximadamente 28.000 habitantes. Estamos neste momento em Humaitá (cidade por volta de 30.000 habitantes) hospedados no Hotel Macedônia. Caso quiséssemos ir até o final da Transamazônica teríamos que rodar mais 200 Km de ida e outros 200 Km de volta (passando por cinco balsas em cada sentido) para retornarmos até a encruzilhada em que nos encontramos agora, pois aqui toma-se a BR-319 sentido norte em direção a Manaus.
Beijos e Abraços aos nossos familiares e amigos....
Saudações... do Klauck e de todos os integrantes do grupo Lameiros do Sul na Amazônia.

Finalmente após três dias de selva chegamos em Manaus, vejam o relato na seqüência...
Dia 10 – 23/Fev/2009 – Segunda-feira – De Humaitá ao KM 467 da BR-319. Trecho de 213 Km (Total rodado até o momento 5.128 km).
O dia prometia, choveu a noite toda. Deixávamos para trás a Transamazônica e começávamos o último desafio. Logo na saída de Humaitá um pedido de socorro para retirarmos uma BMW que estaria a 75 km mais adiante fora da pista. Como foi informado que haveria uma criança de cinco anos a bordo, o nosso amigo Clódio saiu em disparada para socorrê-los. No entanto no meio do caminho acabamos encontrando o nosso amigo Sérjão Holanda (do Recife) que vinha retornando em sentido contrário e já socorrido a BMW. Esperávamos por este encontro, pois ele foi um grande colaborador na preparação desta expedição. O momento foi celebrado com champanhe e também a entrega do presente feito sob medida...uma camisa dos Lameiros do Sul no tamanho XXXLLL. Nos contou que estava em maus lençóis com a barra de torção da X-terra de um dos componentes quebrada. Mas como nada acontece por acaso, verificamos um cheiro estranho vindo do Troller do nosso parceiro Walter Soldan. Após a análise do nosso mecânico Rafael, foi detectado que estava sem água no motor devido a uma ruptura de uma mangueira que prontamente foi consertada. Recolocado a água o grupo seguiu. Na parada do almoço ao lado da estrada debaixo de uma sombra, confirmou-se que o dano no motor foi grave. Soldan pensou em abortar o trecho final, mas o grupo em coro não permitiu e prontamente ofereceu reboque. Após verificar o desejo do grupo em que todos terminassem a expedição juntos, houve a concordância e seguimos caminho novamente, porém o Jairo rebocando o Troller Branco. O dia acabou não rendendo muito e acabamos buscando um abrigo, pois finalmente teríamos que dormir na selva. Chegamos a terceira torre da Embratel, local indicado pela segurança e infra-estrutura básica que proporciona. Na chegada, a primeira surpresa...uma onça preta que atravessava a estrada. Deu-se início aos trabalhos para de montagem do acampamento. Enquanto que o Clódio preparava o jantar (Feijão, arroz e bifes na chapa) os demais colegas tentavam da melhor forma esticar as lonas e as redes (todas novas e zero quilometro). Pronto o jantar partimos esfomeados para a mesa improvisada (carretel de cabos de fibra ótica). O Jantar estava um espetáculo... o da Silva não vencia fazer os bifes. Como digestivo umas champanhes geladas para todos. O sono estava eminente e parecia que seria uma noite perfeita. As 21:00 horas todos no “berço”. Por volta da meia noite começou o pânico... toda a chuva que ainda não havia caído na estrada, resolveu descer de uma só vez. As piscinas sobre a lona foram fazendo as suas vítimas dentro de suas redes novas de um a um. Não teve jeito, fomos obrigados a abandonar as redes e uma boa parte do grupo foi dormir sentado e molhado dentro dos Jeeps. Que função! Assim terminava o primeiro dia na BR-319.

Dia 11 – 24/Fev/2009 – Terça-feira – Do KM 467 da BR-319 ao KM 220. Trecho de 247 Km (Total rodado até o momento 5.375 km).
Após a noite ensopada tivemos que agüentar a flauta do pessoal que havia ficado nas áreas cobertas da estação/torre. Recolhendo o acampamento ainda debaixo de chuvisqueiro conseguimos voltar a estrada esburacada somente as 08:30 horas. Tínhamos planos de rodar até Manaus. O Troller branco voltou a rodar sem reboque com o intuito de acelerar o passo. Saiu antes dos demais e o Clódio + Jairo saíram juntos. O restante do grupo acabou fazendo uma parada mais adiante e vivenciou-se uma experiência ímpar ao conseguir avistar a imensidão da Floresta Amazônica. Confiram nas fotos. Triste ilusão em tentar chegar em Manaus... por volta do meio dia encontramos uma ponte em obras e intransitável. Foram-se longas quatro horas esperando o pessoal do DENIT viabilizar a nossa passagem, mesmo após termos dado a nossa colaboração com os guinchos puxando algumas toras de sustentação. Mesmo quase já anoitecendo, o grupo optou por seguir até a balsa do rio Tupanã em Igapo-Açu. Eram 21:15 hrs quando avistamos o tal de Chapéu de Palha. Na verdade, eram dois, um do “hotel” e outro do centro comunitário. Alguns se aventuraram a se hospedar no “hotel” em palafitas. A janta foi um amontoado de Cup-Noodles, Atum e Sardinha. Os menos corajosos montaram um redário no centro comunitário, barracas na varanda e o Paulo-TNT dormiu no Troller mesmo.


Dia 12 – 25/Fev/2009 – Quarta-feira – Do KM 220 da BR-319 ao KM Zero. Trecho de 220 Km + Extras (Total rodado até o momento 5.627 km).
Despertamos cedo e fomos agraciados com a presença de botos cor-de-rosa junto a balsa. Após a curta travessia, rodamos por dois quilômetros e cadê a estrada? A chuva da noite abriu uma cratera na estrada deixando um vão de 6 x 3 m. Já havíamos sido informados que isto poderia ocorrer. O grupo ainda avaliava as alternativas e o Clódio não esperou muito e jogou-se vala adentro com o seu Troller para tentar alcançar a outra margem. Após alguns apelos, cedeu espaço aos Trollers com pneus 35 e com bloqueios. Após quase três horas de trabalhos os oito Trollers estavam do outro lado da margem do córrego. Voltamos a rodar e não queríamos nem pensar na hipótese de ficarmos mais de três dias sem banho e sem barba feita. Mais alguns quilômetros de buracos, “panelas”, canaletas, etc... e nos deparamos com aquilo que chamamos de fechar a expedição com “Chave de Ouro”. Estávamos de cara a cara com trechos de muito, mas muito barro vermelho e pegajoso da melhor qualidade. Mesmo com tração 4x4 teve gente “beijando” as macegas. Guinchos foram utilizados. Com todas estas façanhas o combustível de alguns dos Jeeps foram sumindo rapidamente e nova preocupação no ar. Pois o próximo abastecimento estaria em Castanho, que na verdade se chama de cidade Careiro, mas que ninguém reconhece como tal. Foi a razão pela qual os GPS não localizavam a tal cidade Castanho. Mas, 70 km antes naquela que seria a antepenúltima balsa, outra surpresa. O exército + DENIT estavam auxiliando o balseiro no conserto de sua balsa. Durante as duas horas de espera aproveitamos para banho no rio, passeio de barco e até arroz com ovo na barranca do rio. Aproveitamos ainda o momento para passar os últimos litros de Diesel das bombonas para os tanques. Sim, é verdade que são necessários 40 litros de combustível extra para percorrer Humaitá a Manaus pela BR-319. Chegamos em “castanho” e finalmente no terceiro posto que paramos, encontramos diesel disponível. Que alívio.
Novo desafio... o “posteiro” informava que a última balsa para a famosa e esperada travessia dos rios Solimões e Negro iria ocorrer as 18:30 horas. O cálculo no GPS acusava que chegaríamos as 18:27 hrs. Não é necessário mais detalhes, mas as 18:20 horas estavam todos embarcando na esperada balsa. O encontro das águas pode ser percebido apesar da escuridão. Na chegada a Manaus o nosso amigo Gilberto do Jeep Clube Amazonas de Manaus nos aguardava com indicação de Hotel e descontos especiais. Aqui estamos neste momento no Hotel Novotel finalizando o nosso diário dos últimos três dias, o qual não foi possível ser atualizado diariamente pelos motivos descritos acima.
Um forte abraço Luciano + Luis Klauck e de toda a turma da Expedição Amazônica.


Dia 13 – 26/Fev/2009 - Quinta-feira – Turismo Fluvial em Manaus.
Chegarmos ao café da manhã do Hotel Novotel e tivemos uma bela surpresa, o café é completo e variado. Alguns integrantes do grupo foram encaminhar o seu possante a um posto de lavagem e procurar por uma lavanderia antes do café da manhã. Tanto os Trollers como as roupas estavam úmidas e encardidos de lama. Ficou marcado o encontro do grupo para as 11:30 horas na peixaria Morandê junto ao porto das balsas. Durante o almoço negociamos com o Sérgio e seu parceiro para que o grupo fosse dividido em duas “gaiolas voadoras” e damos início ao passeio fluvial. Primeira parada obrigatória é o encontro das águas do Rio Solimões e Rio Negro. O Negro apresenta águas mais escuras e a temperatura varia entre 26-28 graus. O Solimões apresenta águas mais claras/barrenta e a temperatura varia entre 22-24 graus. Caso você colete ambas as águas e faça a mistura em casa, a integração seria normal, no entanto no habitat natural a separação existente devido aos fatores naturais da Temperatura, Velocidade e Densidade. É um espetáculo aos olhos humanos e a sensação da temperatura é notória quando se coloca a mão na água durante o passe. Seguimos em direção as colônias ribeirinhas, todas formadas por casas flutuantes, inclusive escolas e igrejas (várias). Acabamos visitando o criatório de peixes Pirarucu, também flutuante. Ainda fomos a um “jardim” de vitórias régias e pântano de jacarés. No retorno surgiram crianças em suas canoas conduzindo animais silvestres, tipo Jacaré, Jibóia, bicho preguiça e macaco.
A noite o encontro foi em uma Chopperia no Shopping Amazonas juntamente com o Kiko, Gilberto e o Raine do Jeep Club Amazonas de Manaus.

Dia 14 + 15 – 27+28/Fev/2009 - Sexta-feira + Sábado – Turismo terrestre e o retorno.
O grupo se reuniu na recepção do hotel as 10:00 horas e seguimos para um City Tour tendo o nosso amigo Kiko como guia. Logo na seqüência, o nosso amigo Gilberto estaria nos encontrando para juntamente ao “seu manozinho” fazernos companhia durante o dia. A primeira parada foi junto ao Mercado Público que fica na beira do rio Negro. Em seguida fomos direto ao famoso e conhecido Teatro Amazonas, construído em 1896 pelo capitão engenheiro Eduardo Gonçalves Ribeiro – então governador do estado. O local também é conhecido por ser o cartão postal da cidade. Este é considerado até hoje o teatro mais luxuoso e bonito do Brasil. O mesmo foi e é conhecido como o símbolo da era da borracha.
Antes de seguirmos para o almoço no Shopping Amazonas, paramos na TransMartins para verificarmos todos os detalhes sobre o embarque dos nossos Trollers na cegonha que deverá seguir caminho no dia 04/Março/2009 e chegada prevista em Novo Hamburgo por volta do dia 20/Março/2009. Para o “Happy Hour” / janta ficou combinado um “churrasco” à beira da piscina do hotel. Além dos Lameiros também contamos com a presença dos incansáveis Kiko e Gilberto e do Sérjão e de seu “Zequinha” que finalmente conseguiram chegar em Manaus.
Como os carros já foram carregados ao anoitecer, falta agora somente preparar as malas que nos acompanharão no vôo deste dia 28/Fev/2009 (Sábado) para Novo Hamburgo.
Notem os detalhes dos vôos:
G3 1867 de Manaus – Brasília 14:40 – 18:30 horas
G3 1992 de Brasília – POA 19:50 – 22:20 horas .

Assim agradecemos a todas as pessoas, que direta ou indiretamente participaram desta expedição. Principalmente ao apoio de nossas esposas e nossos filhos os quais estamos ansiosos para encontrar no nosso retorno. A travessia da região amazônica foi uma experiência inigualável. Vamos levar a lembrança para sempre e o orgulho de poder dizer: “Amazônia, os Lameiros do Sul fazem parte da sua história”. “
Um grande abraço a todos e até a próxima.
Luciano + Luis Klauck e de toda a turma da Expedição Amazônica.

FIM
 



 
 
 
 
   
   
 
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